Existe um grande muro que separa aqueles que acreditam na existência de Deus daqueles que não acreditam. Esse muro sempre existiu e, provavelmente, sempre existirá. Acreditar que a vida surgiu da criação de um poder superior é difícil, exige fé. Do mesmo modo, após toda a evolução tecnológica, após todo o conhecimento de genética, biologia, física e matemática disponíveis, seguir acreditando no acaso, na geração espontânea ou na evolução de uma espécie para outra é também muito difícil. 

Essa discussão é ampla, polêmica e inesgotável. E, quanto a existência de Deus, segue sem conclusões definitivas. Apesar da vasta e histórica racionalização em torno desse tema, acreditar na existência de Deus continua sendo uma escolha de fé. No entanto, atualmente, no fértil terreno da saúde, pesquisas confirmam que acreditar em Deus previne doenças e favorece a longevidade, reafirmando antigas verdades intuitivas. E, ao analisar essas evidências, desejamos orientar as pessoas rumo à prevenção de doenças, por meio de uma espiritualidade que tem a existência de Deus como uma verdade intuitiva. 

Portanto, compartilhamos nossa fé na existência de uma Inteligência, ou Razão Universal, há muito e naturalmente captada pela mente humana. Mente humana que funciona como uma grande antena capaz de captar a Verdade em suas várias formas de manifestação. O cérebro humano foi preparado para pressupor essa Verdade e muitas outras. Não apenas as verdades físicas, sociais ou científicas, mas, também, as verdades morais e espirituais. Neurocientistas demonstram uma atividade cerebral específica e anatomicamente relacionada ao comportamento espiritual, independente de cultura, escolaridade, raça ou tribo estudada. Tais evidências reforçam o pressuposto de um ser criado de forma sábia, dotado de potencial inteligência espiritual. Um cérebro anatomicamente preparado para perceber a existência de Deus e pressupor a verdadeira essência da natureza que nos cerca e nos constitui. 

Fomos preparados para sentir e perceber a verdade, formando em nossa mente um todo inteligível. Albert Einstein coloca essa verdade intuitiva da seguinte maneira: Dou a isso o nome de religiosidade cósmica e não posso falar dela com facilidade (…). O ser descobre a ordem e a perfeição. (…) o ser deseja provar a existência do Ente como um todo perfeitamente inteligível. Notam-se exemplos desta religiosidade cósmica nos primeiros momentos da evolução em alguns salmos de Davi ou em alguns profetas”.

Essa inteligência, ou religiosidade cósmica, levou Albert Einstein ao encontro de Deus. Segundo seu biógrafo, Jürgen Neffe, “Einstein utiliza a imagem de Deus com uma sabedoria infantil. (…) um Deus que criou a natureza com leis tão harmônicas que tudo no universo precisa seguir essas leis. Tudo é predeterminado, estabelecido, calculável, o destino é um encadeamento sem fim de processos regulamentados por essas leis”. Avaliando os trabalhos de Charles Finney, encontramos essa mesma verdade cósmica. Ele pressupõe que “Deus criou o universo e estabeleceu leis com finalidades específicas, estabelecendo todos os meios necessários para que os homens alcancem seus propósitos”. E complementa: “se isso não fosse assim, Ele não seria nem sábio e nem bom”. 

O universo é religiosamente inteligente e tudo tem uma causa. A lei da causalidade é absoluta e por meio dela Albert Einstein percebeu Deus como algo inteligível. Para Espinosa essa verdade se repete quando ele afirma: “tudo o que existe, existe em Deus, e sem Deus nada pode existir nem ser concebido”. Assim, a inteligência, a lei da causalidade e a percepção do infinito levaram Einstein e Espinosa à existência de um Deus ou Razão Universal. 

Acreditamos que Deus se apresenta aos homens de diversas formas, pois há diversos corações e intelectos criados por Ele mesmo. E, embora único, Ele se manifesta na natureza de diferentes maneiras, pois Ele é eternamente e infinitamente onipresente, onipotente e onisciente. Sem dúvida uma onisciência que respeita Suas próprias leis e princípios. Sobretudo, os princípios do amor, da justiça, da equidade e a lei da liberdade. Caso contrário, estaríamos diante de um Deus imperfeito e incoerente. 

De forma magnética, reconhecemos essas verdades e encontramos Deus ao olharmos a beleza do sol, da lua ou do mar. Reconhecemos Deus ao olharmos para Jesus e percebermos o amor ofertado aos marginalizados e excluídos. Deus se revela de múltiplas maneiras aos múltiplos corações, e trata de forma diferente as diferentes pessoas. Esse é o conceito básico de equidade e o fundamento racional para a prática de Sua justiça perfeita. 

Mas, pela lei da liberdade, podemos aceitar ou negar essas verdades. E essa escolha influenciará eternamente a nossa alma, a nossa psique, o nosso corpo, a nossa sociedade e a nossa moral. Não há acaso! Acredite, se alguém se jogar do décimo andar de um prédio, pela lei da gravidade, cairá. Pela lei da causalidade, se uma rede não o salvar, morrerá. E, pela lei da interdependência, a dor atingirá toda a sua família e mais alguns daqueles que lhe são mais próximos. Da mesma forma, por meio das leis, se cultivarmos a vida com amor, respeito, solidariedade, justiça e equidade, causaremos o surgimento de uma existência plena e íntegra. 

Todas as leis universais (físicas, químicas, matemáticas, morais, sociais e espirituais) foram criadas por Deus para orientar o desejado e necessário desenvolvimento humano. Religiosa e cientificamente, as leis nos fazem capazes de pressupor e confirmar verdades que previnem doenças e promovem saúde física, mental, social e espiritual. Razão e fé inteligivelmente de mãos dadas e a serviço da vida. Para Marcelo Saad e Fábio Nasri “a espiritualidade colabora para a melhora da saúde graças a vários fatores. Há um melhor estado psicológico (por trazer esperança, perdão, altruísmo e amor) e, consequentemente, melhor estratégia para lidar com problemas e redução do estresse, o que gera equilíbrio das funções orgânicas controladas pelo sistema nervoso, como produção de hormônios e a imunidade.”

Assim apresentamos Saúde e Espiritualidade como dons naturais e necessários para que o homem viva a sua plenitude e integralidade. Saúde e Espiritualidade como ferramentas úteis à extraordinária construção do ser humano. Saúde e Espiritualidade que, ao religar criatura e Criador, leva-nos ao encontro de nossa verdadeira essência, ao significado de nossa existência e aos motivos pelos quais devemos cuidar e preservar nossa vida, família e comunidade. 

Abraços,

Alysson da Silveira Campos.

Contribuindo para o fortalecimento da classe médica e dos serviços de saúde do Vale do Aço.

Seja um associado

Somos uma agência certificada parceira do Google.

Por tras de cada máscara existe um coração defendendo a vida.

Leave A Comment

Postagens Relacionadas