O tratamento da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) evoluiu substancialmente nas últimas décadas, transformando-se em uma das grandes conquistas da medicina moderna. Atualmente, a infecção pelo HIV é considerada uma condição crônica controlável, desde que diagnosticada precocemente e tratada de forma adequada. Esta evolução tem impacto direto na sobrevida e na qualidade de vida dos pacientes, além de desempenhar papel central na contenção da epidemia.

Terapia Antirretroviral (TARV) de alta potência e melhor tolerabilidade
Os esquemas terapêuticos atuais incorporam combinações mais eficazes de antirretrovirais (ARVs), com menor toxicidade e menor número de comprimidos. A simplificação dos regimes, muitas vezes com a utilização de formulações em dose única diária, tem contribuído significativamente para o aumento da adesão ao tratamento e a manutenção da carga viral indetectável.

Supressão viral e a estratégia I=I (Indetectável = Intransmissível)
Diversos estudos multicêntricos demonstraram que indivíduos vivendo com HIV com carga viral persistentemente indetectável, sob TARV eficaz, não transmitem o vírus por via sexual. Essa evidência fundamenta a estratégia de saúde pública conhecida como I=I, que reforça o impacto do tratamento não apenas para o benefício individual, mas também como ferramenta de prevenção populacional.

Terapias injetáveis de longa ação
Nos últimos anos, foram aprovadas terapias injetáveis de liberação prolongada, como a combinação de cabotegravir e rilpivirina, administradas mensal ou bimestralmente. Essas formulações representam um avanço importante, especialmente para pacientes com dificuldades de adesão ao regime oral diário, além de ampliarem as opções de abordagem personalizada do cuidado. Tais opções ainda não estão disponíveis no Brasil.

Perspectivas em cura funcional e vacinas terapêuticas
Pesquisas em andamento exploram estratégias como o uso de anticorpos neutralizantes de ampla ação (bNAbs), intervenções epigenéticas, terapia gênica e vacinas terapêuticas, visando alcançar a chamada “cura funcional” — controle viral sustentado na ausência de TARV. Embora ainda em fase experimental, os resultados iniciais de alguns estudos apontam caminhos promissores para o futuro do manejo da infecção.

Prevenção combinada e impacto coletivo
A expansão da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e outras estratégias de prevenção combinada reforçam a importância de uma abordagem abrangente, integrando diagnóstico precoce, tratamento eficaz, educação em saúde e políticas públicas inclusivas.

Conclusão
O contínuo avanço no tratamento do HIV representa um paradigma de sucesso da medicina baseada em evidências, com impacto individual e coletivo. A consolidação de estratégias inovadoras, aliada à universalização do acesso e à redução do estigma, é fundamental para o alcance das metas globais de controle da epidemia.

Contribuindo para o fortalecimento da classe médica e dos serviços de saúde do Vale do Aço.

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